Felipe Carvalho

Primeiramente, eu quero cumprimentar-vos por estarem a procurar auxílio para transformar, modificar alguma coisa que esteja difícil de manejar sozinho. Este primeiro e decisivo passo, com certeza, fará parte da jornada consciente que você quer construir a partir daqui. Portanto, comigo ou com outro especialista aqui, ou presencialmente, potencialmente você irá caminhar de acordo com os seus valores. Consciente que, "você é especialista em você mesmo" e sem colaboração (-ação) não há mudança, também por saber que você já tem tentado, provavelmente, outras estratégias antes de chegar aqui.

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O meu trabalho com a psicologia começou com um estágio que marcou o meu caminho profissional, numa associação de pais de autistas no Distrito Federal (ABRACI - DF). O meu trabalho era auxiliar os pais em estratégias não só pedagógicas, mas instrumental, como no auxílio e treino de atividades diárias (como treino ao banho, uso da sanita, etc) e atenção à função e contexto da linguagem.
Depois fiz estágio de um ano no Instituto de Saúde Mental do Distrito Federal, com abordagem clínica emergente. Lá tive experiência no tratamento de casos de depressão, ansiedade (transtorno do pânico e agorafobia e ansiedade social), além de atendimento a dependentes químicos, alcoolistas, e transtorno da personalidade borderline.
Estou a fazer mestrado na Universidade do Porto com temática que muito me interessa: Reabilitação Psicossocial.
Também acabei de finalizar uma pós graduação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), no Instituto Português de Psicologia (INSPSIC): a TCC estipula que o sofrimento, angústia e emoções negativas são resultado de como interpretamos o mundo, e não dos acontecimentos em si. Isto é, a forma como a pessoa compreende às situações é que causam incômodo, ansiedade, dor emocional. Então, como interpreto evento "A" (ex, um barulho no telhado às 2h da manhã) influencia como me sinto: se interpreto "A" como um gato perambulando pela noite, ou o vento, provavelmente não me sinta ansioso e possa voltar a dormir. Mas se interpreto "A", como um possível assaltante, ou ventania que vai estragar o telhado, logo fico ansioso, com medo, não consigo dormir. Este é apenas um exemplo ilustrativo de como os pensamentos afetam as emoções e sentimentos. A TCC recomenda um reavaliação das cognições, inicialmente guiada pelo terapeuta e, aos poucos, os utentes tornam-se mais independentes a desafiar e modificar esses pensamentos.

Já as terapias de 3ª geração, na qual se inclui a ACT (Acceptance and Commitment Therapy), postulam que as psicopatologias (depressão, ansiedades, comportamentos aditivos, dentre outros) estão direta e indiretamente relacionadas às estratégias de resolução de problemas diante desses pensamentos automáticos e negativos, geralmente de fuga e evitação. Por exemplo, diante do pensamento "eu nunca vou conseguir me formar", a estratégia de evitação a esse possível acontecimento poderia ser faltar às aulas, exames, ingerir bebida alcoólica e/ou automedicar-se para amortecer emoções negativas, dentre outras. Então a proposta da ACT seria reestabelecer os valores pessoais do utente, e direcioná-lo para o comprometimento de ações condizentes a esses valores, de maneira mindfull (com consciência plena) momento a momento, aceitando o sentimento como esse de mostra.
Tenho formação em ACT Immersion e experiência em depressão, ansiedade social, transtornos do neurodesenvolvimento e comportamentos aditivos. Estou a fazer mestrado em Reabilitação psicossocial em Portugal e espero que possamos trabalhar juntos para ampliar sua flexibilidade psicológica!