Até que ponto a ansiedade é genética?

8 respostas
Até que ponto a ansiedade é genética? Imaginemos dois irmãos filhos de pais muito ansiosos, um deles vive com os pais acaba com o mesmo problema, mas o outro é criado desde a nascença por outros pais sem o problema. Mesmo assim têm predisposição genética para criar uma perturbação de ansiedade?
Sim.É verdade. A genética tem peso nas perturbações de ansiedade. Mas, hoje em dia, com a psicoterapia cogntivo-comportamental e mindfulness (as mais indicadas para tratar estas perturbações) , as taxas de sucesso podem ser muito elevadas. De qualquer forma, há casos mais graves que necessitam ,pelo menos provisoriamente, de apoio de psiquiatria com medicação adequada. Na nossa clínica analisamos cada caso e prescrevemos o tratamento psicoterapeutico ou psicofarmacológico, ou ambos, a cada caso em particular.
O fator genético tem menos importância nas perturbações de ansiedade comparativamente ao ambiente, ou seja, é mais relevante a maneira como a criança é cuidada e todas as vivencias que faz é que podem contribuir ou não para que desenvolva uma perturbação de ansiedade. A psicoterapia ajuda imenso a que a pessoa adquira uma auto-conhecimento e entenda a ou as causas da sua ansiedade.
Essa questão, a da importância relativa dos genes ou da educação é sempre difícil de responder. Os filhos de pessoas ansiosas têm, sem dúvida, uma maior probabilidade de serem ansiosos. No entanto não sabemos até que ponto a ansiedade é transmitida pelos genes, pelas práticas e características parentais ou por ambos os factores. Também sabemos que os filhos de pessoas sem qualquer tipo de perturbação mental podem desenvolver problemas de saúde mental. Nas perturbações mentais existe um outro factor importante: o significado que cada pessoa atribui aos acontecimentos de vida, à relação com os pais, aos amigos, às experiências de sucesso ou insucesso. Pegando no seu exemplo, apesar das probabilidades serem menores, existe a possibilidade do irmão criado por pais calmos desenvolver problemas de ansiedade e o outro tornar-se uma pessoa calma. Também sabemos que ambos podem aprender a controlar a ansiedade, sem recurso à medicação, através da aprendizagem e da mudança de comportamentos.
O peso da herança genética, na determinação das patologias ansiosas, é bastante discreto, se comparado com a influência do meio em que se cresce e se vive. Além disso, de pouco nos interessa, se quisermos ajudar o paciente, se a origem do problema é genética ou ambiental. Por ora, não conseguimos alterar a genética. Temos, portanto, de encontrar meios para lidar com o problema, com genética, ou sem genética.
Mais do que o peso genético será importante compreender que a dinâmica familiar e os modelos apreendidos serão portadores dessa ansiedade. Isto é aprendido e sendo vivenciando um contexto ansiogenico naturalmente que a probabilidade de se tornar numa pessoa ansiosa acresce. A ansiedade, por si só, acarreta uma forma de estar, de interpretar e de lidar com a realidade bastante disfuncional. Tudo isto é aprendizagem e, por isso mesmo, passível de ser alterada.
Existem muitas perturbações ansiosas. Algumas têm uma maior contribuição genética do que outras. Uma forma simples de observar isto é no temperamento das pessoas.
Globalmente uma boa forma de pensar na ansiedade é compara-la com a tensão arterial. Todos temos uma tensão arterial caso contrario estávamos mortos. No entanto, se a tensão arterial passar determinado nível pode interferir com o corpo ou mesmo com a saúde em geral. O mesmo pode ser em relação à ansiedade.
A genética tem peso , mas os factores ambienciais e educacionais têm uma enorme importância no desenvolvimento do ser humano É normal que 2 irmãos gémeos criados em ambientes e por pessoas diferentes tenham níveis de ansiedade diferentes ....
A ansiedade tem um peso genético mas as vivencias do sujeito contribuem para o surgimento das perturbações ansiosas. Por esta razão dois irmãos gémeos poderão ter diferentes níveis de ansiedade.

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