O meu irmao tem 21 anos, desde

6 respostas
O meu irmao tem 21 anos, desde ha muito tempo que o seu comportamento tem degradado se e comeca a ser perigoso para ele e para os outros. Ele recusa estar doente e recusa consultar um medico, o que posso fazer para o ajudar?
Com os dados que refere é impossível, perceber o que se passa. Quando refere muito tempo, é algo que surgiu na infância ou apenas mais recentemente? Ele já tem um diagnóstico? De facto, ele pode achar que não está doente e nem todas as pessoas que consultam psicólogos e exibem comportamentos desregulados estão doentes. Talvez a abordagem deva ser, se ele não pensa que falar com alguém o poderia ajudar a perceber-se melhor e a exteriorizar algum mal-estar que o acompanha. Isto não invalida que de facto possa necessitar de alguma medicação, mas a adesão do paciente é fundamental e serão os profissionais a entrar nesse assunto e não a família. A família só pode ajudar sendo, coerente, estabelecendo alguns limites e remetendo para o próprio a decisão de pedir ou não ajuda. Em caso de maior gravidade dos comportamentos, podem considerar a hipóteses de internamento compulsivo, mas esse é um processo duro e nem sempre fácil, se os comportamentos não forem um risco real e visível.
Caso suspeite que o seu irmão está doente, que a agressividade resulta desse estado de doença, que ele não esteja consciente de que está doente e, por isso mesmo, recusa ser observado por um psicólogo clínico ou por um psiquiatra, você pode dirigir-se ao seu Centro de Saúde e marcar uma consulta com o Delegado de Saúde.
O Delegado de Saúde é um médico que dispõe de algumas atribuições legais a quem deve explicar detalhadamente o caso.
Se concordar consigo na suspeita de doença do foro psiquiátrico ele poderá determinar que o seu irmão necessita duma avaliação psiquiátrica e poderá emitir um Mandado de Condução que permitirá à Policia ir a sua casa por forma a conduzir o seu irmão para essa mesma avaliação.
Após esta avaliação ficará claro se ele padece (ou não) duma doença do foro psiquiátrico e se carece (ou não) dum internamento compulsivo.
No entanto, a decisão por um eventual internamento compulsivo dependerá inteira e exclusivamente do resultado dessa avaliação psiquiátrica.
Os dados são pouco precisos no que expõe, no entanto o primeiro passo é tentar " convencer" o seu irmão, se não acharia importante para ele conversar com alguém que o pudesse ajudar , nomeadamente um psicólogo clinico .
Quando a família insiste em convencer que determinada pessoa não esta bem ou que se encontra doente , regra geral dificulta a que o mesmo procure ajuda.
No entanto se entender que os comportamentos são muito nocivos para o próprio e para a família, deve marcar consulta no seu centro de saúde , com um médico de saúde publica e expor toda a situação.
Existe na LEGISLAÇÂO PORTUGUESA , a LEI DE SAÚDE MENTAL (Lei n-36/98 de 24 Julho) , LEI que tem por OBJECTIVO- PROTEJER O DOENTE, OS SEUS FAMILIARES e TERCEIROS. Serve exactamente para CASOS em que familiares de alguém,que devido a graves alterações de comportamento e há suspeita de não estarem mental e ou psicologicamente bem, possam correr possiveis riscos ou consequências perigosas pessoais ou para outras pessoas, SE RECUSAREM IR AO MEDICO OU HOSPITAL para ser observado/avaliado, ALGUÉM DEVE :

- IR ao DELEGADO DE SAÙDE PÚBLICA DO CENTRO DE SAÚDE ,EXPLICAR DETALHADAMENTE FACTOS QUE CONHECE, SITUAÇÂO. O DELEGADO tem o PODER E CONHECIMENTO para DAR 1 ORDEM LEGAL,caso pense justificar-se,TAL PESSOA SER AVALIADA POR MÉDICOS PSIQUIATRAS.
É DA SUA COMPETÊNCIA EMITIR 1 MANDATO DE CONDUÇÃO DO DOENTE ATÉ AO HOSPITAL, ACOMPANHADO POR FORÇAS DE SEGURANÇA (GNR-PSP) ONDE SERÁ AVALIADO POR ESPECIALISTAS,
SE PSIQUIATRIA ACHAR NECESSÀRIO INTERNAR, ASSIM O FARÂO,AJUDANDO DOENTE E FAMILIARES
como vê existe por parte da legislação portuguesa uma enorme salvaguarda e possibilidade de ajuda para o caso do seu irmão. A questão que se coloca nestas situações provavelmente prende-se muito mais com a capacidade emocional que os familiares que rodeiam o doente, sentirem-se capazes para lidar com um internamento compulsivo, daí que terá de ter uma enorme força e compreender que o que está a fazer pode ser a melhor forma de ajudar o seu irmão e toda a família. Cumprimentos
Os dados que expõe são vagos para tecer comentários acerca da problemática em si. O tempo entre o desenvolvimento de uma patologia e a sua evidência comportamental pode ser sentido como repentino, ou como um crescendo, estando dependente do estado de alerta e da atenção que se dá a determinados acontecimentos. No entanto, o estigma face à problemática da saúde mental é muito grande. Muitas pessoas não assumem estar a precisar de ajuda por pensarem que não existe solução para elas, ou porque simplesmente "não são loucas". A psicoterapia e o acompanhamento psicológico deve primeiramente ser explicado, salientando as questões de confiança e sigilo. A adesão à terapia é de facto essencial. Pode ser necessário, além do tratamento psicológico, tratamento médico e/ou psiquiátrico.
Neste tipo de casos, toda a família tem de estar em uníssono e compreender que são parte integrante da terapia. Só uma solução integrada, entre qualquer tipo ou tipos de tratamento e a família, poderá resultar.

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