É possível que um doente com

Sim, é possível. Não me parece que se deva traçar diagnósticos à distância, sem procurar conhecer e compreender a pessoa de quem fala, mas o que descreve tem traços de uma personalidade anti-social. Muitas vezes, estas pessoas não estão receptivas a procurarem ajuda, nem estão disponíveis para se questionarem, o que dificulta a abordagem terapêutica e deixa naqueles que o rodeiam um sentimento de frustração e impotência...

O transtorno de personalidade borderline é essencialmente caracterizado pelo medo do abandono que pode ter em si outras consequências sociais e emocionais. No entanto essa patologia não é em si motivo para os restantes comportamentos descritos. Tal como o meu colega descreveu, o caso apresentado é muito mais complexo do que uma simples categorização patológica, alguns comportamentos podem apenas ser motivados por uma vontade própria do individuo em causa.

Na Perturbação de Personalidade - Bordeline, um dos sintomas afetivos rege-se pela Impulsividade em pelo menos 2 áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por exemplo, exageros em: gastos financeiros, sexo, drogas, álcool, etc. ).
No entanto, por si só não é suficiente para diagnosticar esta perturbação. Até porque, o diagnostico terá de ser um processo muito minucioso, por vezes longo e complexo, sendo que o diagnóstico precoce pode ser incorreto ou incompleto.

Em linha com o que anteriormente foi dito, reforço que geralmente as pessoas com transtorno de personalidade borderline têm muitas dificuldades em sentir-se amadas, têm medo de se ligar por recearem ser abandonadas: muitas vezes rejeitam para evitarem ligar-se pois se se ligam sentem que correm o risco de vir a ser rejeitadas, o que lhes é insuportável e doloroso. Ainda neste âmbito têm dificuldade em comunicar com as pessoas que os rodeiam e fazem-no muitas vezes através de comportamentos extremos, destrutivos ou autodestrutivos, Tudo isto é fruto de um intenso sofrimento interno e geralmente também causa sofrimento e incompreensão nos que os rodeiam. O diagnóstico tem de ser feito cuidadosamente e o tratamento passa muitas vezes por um trabalho de equipa entre Psicoterapêuta e Psiquiatra. Funcionam geralmente bem em grupos de psicoterapia.

Sim é possível, mas aliada á perturbação borderline há também o desvio na visão dos valores e princípios que o paciente deve trabalhar em psicoterapia... E por vezes será também importante a ajuda medicamentosa.