Ana Guilhas

Um processo de acompanhamento psicológico, seja de que orientação ou vertente for, é, acima de tudo, um processo de auto-descoberta. É um caminho feito por si (o que segue em linha contrária ao sentimento de impotência), com o apoio de um técnico (o que atenua o sentimento de desamparo), que não só a vai ajudar a sentir-se acompanhada, como lhe vai permitir olhar para o que está a viver e a sentir, com um outro ponto de vista.
Porque sofre por uma relação que já não existe? Qual o significado do fim desse relacionamento, para si? O que de bom e de mau ainda a mantém ligada e porquê? Talvez seja interessante encontrar estas respostas.

Saiba que as perdas geram sempre alguma forma de sofrimento. Mas, saiba também, que esse sofrimento é apenas uma fase do caminho a fazer. Se parou no caminho, não tem mal nenhum procurar quem a possa ajudar a continuar. Do outro lado estarão certamente sentimentos e uma forma de se relacionar com a vida bem mais positiva.

Na realidade, o Transtorno de Personalidade Borderline é difícil de tratar e requer um processo cuidado e na grande maioria das vezes, prolongado no tempo. Nenhum destes 3 factores é determinante em si mesmo. Por um lado, deve-se considerar a necessidade de junto do psiquiatra, ajustar a medicação, até que possa ser encontrada a mais adequada à pessoa. Por outro, há que considerar a diversidade de abordagens em termos de psicoterapia. Algumas pessoas reagem melhor a uma abordagem psicodinâmica e outras a uma abordagem mais cognitiva ou comportamental, por exemplo. Eu diria que o factor central é o próprio e o seu desejo de mudar. O desejo de ter mais qualidade de vida é fundamental, para que tenha a persistência necessária para poder passar por um processo de sucessos e "insucessos", e que envolve alguma dor psicológica, sem desistir. Em algumas situações "limite", pode ter que ser considerada a possibilidade de internamento.
Espero que corra tudo pelo melhor.