Boa tarde :) Nao sei se preciso de ajuda, mas preciso de alguem com quem falar. Emigrei ha 2 ano

6 respostas
Boa tarde :)
Nao sei se preciso de ajuda, mas preciso de alguem com quem falar.

Emigrei ha 2 anos e meio, completamente sozinha, num pais que nao entendo nada.

Tenho 30 anos, tenho me safado, mas ...

Gostava mesmo de conseguir entender tudo na minha vida, resolver traumas, quebrar rotinas e vicios, entender o meu preposito na vida, qual o meu caminho, o porquê de ser tao ambiciosa.

Sei que é normal isto na vida. Altos e baixos, por mais baixo que estive na vida consegui sempre votlar a cima, sinto que preciso de falar as vezes com alguem, que aqui jao confio em ninguem, mas por outro lado depois passa e nao sei se vale a pena, porque os meus problemas nao sao assim tao graves comparados com outras pessoas.

Tive algumas crises de ansiedade e depressao na adolescencia, sempre me recusei a fazer a medicacao, aos 15/16 comecei a fumar thc, o que me fazia dormir e acalmava, ate hoje.. ano passado deixei de fumar, mas no fim do ano voltei, porque nao consigo dormir, tenho muitas insonias e pesadelos e pronto, tenho que dormir e trabalhar...

Milhoes de coisas, tenho medo de ficar maluca também.

E pronto, nao tenho NINGUEM a minha volta que saiba mais ou faça mais ou me ensine mais que eu ja saiba e nao sei que fazer entretanto.

Espero me identificar com algum Dr nos comentarios.

Muito obrigada pelo tempo disponibilizado
 Mariana Coelho
Psicólogo
Maia
Olá! Traz questões que são muito válidas! Querer conhecer-se e entender-se melhor é muito positivo apesar do sofrimento associado. Há padrões de comportamento que podem ser melhorados! Acho que ia beneficiar de um processo terapêutico!
Boa tarde. A psicoterapia pode ajudá-la a encontrar as respostas que procura, a eliminar as insónias e a diminuir a ansiedade e os medos. Procure ajuda na sua área de residência (as consultas presenciais são mais eficazes), vai ver que a sua vida torna-se melhor. Desejo-lhe as maiores felicidades. Cumprimentos José Armindo
Dra. Beatriz Lourenço
Psicólogo
Porto
Boa tarde. Primeiro, quero agradecer por partilhar tudo isto – percebo o quanto pode ser difícil abrir-se desta forma, especialmente estando longe de casa e sem redes de apoio.

Li a sua mensagem e, mais do que uma psicóloga, senti-me como alguém que reconhece muito do que descreve. Sai sozinha de um meio pequeno aos 18 anos para uma cidade grande onde não conhecia ninguém e, tal como refere, fui aprendendo a nadar contra a corrente...

Há algo que me salta aos olhos na sua história: a sua resiliência. Mesmo nos momentos mais escuros – as insónias, os pesadelos, a ansiedade que insiste em voltar –, seguiu em frente. Trabalhou, construiu uma vida num país desconhecido, enfrentou medos. Isso não é "apenas sobreviver"; é uma força tremenda.

Mas há um detalhe que me preocupa: diz que "os seus problemas não são assim tão graves comparados com outros". Como psicóloga, digo-lhe: a dor não é uma competição. O facto de haver quem sofra "mais" não invalida o seu cansaço, a sua solidão ou a sua necessidade de apoio. Às vezes, são justamente as pessoas mais fortes que mais precisam de permissão para dizer: "Isto é pesado para mim".

Sobre o THC e as insónias: entendo perfeitamente o alívio que isso traz – o sono é uma necessidade básica, e fez o que precisava para descansar. Mas também sei que é uma solução que pode trazer outras armadilhas. Já explorou alternativas? Técnicas de relaxamento, rotinas noturnas, ou até uma avaliação médica para as insónias? (Às vezes, o corpo reage ao stress acumulado de anos, e merece ser escutado.)

Quanto à sensação de "não ter ninguém que o entenda ou ensine algo novo": isso é muito comum em quem emigra, mas também em pessoas que são autodidatas e persistentes (como é o seu caso). O risco é ficarmos presos numa bolha onde tudo o que ouvimos são as nossas próprias respostas. Talvez valha a pena procurar um espaço terapêutico – não porque esteja "maluca" (longe disso!), mas porque todos precisamos de um lugar onde as perguntas possam ser feitas sem julgamento, e as respostas construídas a duas vozes.

Por fim, essa ambição que a move... Será que tem medo de parar? Medo de que, se desacelerar, tudo desmorone? Ou será um motor genuíno, que só precisa de ser direcionado? São questões que podemos explorar, se quiser.

Por hoje, deixo-lhe isto: o facto de sempre ter conseguido levantar-se não significa que deva cair sozinho. Às vezes, a coragem está em partilhar o peso.

E, se permitir um pequeno exercício: hoje, antes de dormir, experimente escrever numa folha:
"Hoje, aceito que ______ foi difícil. E está tudo bem."

(Até pode deitá-la fora depois – o importante é o gesto de reconhecer, em voz alta, que os seus desafios são válidos.)

Um abraço seguro,
Beatriz Lourenço

Boa tarde, e obrigada por partilhar algo tão sincero e profundo. A forma como se expressa mostra o quanto tem lutado por si mesma, mesmo em momentos difíceis — e isso, por si só, já é sinal de força e consciência.
O que descreve é algo que muitas pessoas sentem, ainda que nem sempre tenham coragem de dizer: o desejo de compreender-se mais profundamente, de curar feridas do passado, de encontrar sentido na vida, e ao mesmo tempo, a dúvida se tudo isso "vale a pena" ou se é "grave o suficiente". Mas a verdade é que não existe um critério de gravidade para que alguém mereça apoio psicológico. Sentir-se sobrecarregada, sozinha, confusa ou exausta emocionalmente já é motivo suficiente para procurar alguém com quem conversar e partilhar essa carga.
A sua experiência de emigrar sozinha, adaptar-se a uma cultura nova, enfrentar rotinas exigentes, lidar com insónias, crises de ansiedade, dependência de substâncias para conseguir dormir, tudo isso tem impacto real na sua saúde mental — e cuidar disso não é exagero, é autocuidado.
A psicoterapia pode ser um espaço onde, pouco a pouco, poderá organizar os pensamentos, entender o que carrega do passado, o que deseja transformar no presente e o que procura para o futuro. Não é sobre ter um "problema grave", mas sobre dar-se o direito de falar sem medo, ser ouvida sem julgamento e construir clareza com apoio.
A sua ambição, por exemplo, pode conter pistas importantes sobre os seus valores e necessidades mais profundas. Os padrões que hoje sente como "vícios" podem ser estratégias que o seu corpo e mente encontraram para sobreviver — e isso também merece ser compreendido.
Se sentir que estou alinhada com aquilo que procura, estarei aqui para acolhê-la nesse caminho com empatia, escuta e ferramentas terapêuticas que respeitam o seu ritmo. E se ainda estiver em dúvida, saiba que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem e responsabilidade emocional.
Está tudo bem em não ter todas as respostas agora. O primeiro passo já foi dado: falar. E isso é um começo valioso.
Dra. Gilnéia Castro
Psicólogo
Estoril
Obrigada por compartilhar com tanta honestidade — o que você está sentindo é profundamente humano, e querer falar com alguém já é um sinal de força, não de fraqueza. Emigrar sozinha, lidar com traumas, inseguranças e ainda manter o ritmo da vida é muita coisa para segurar sem apoio. O fato de você estar buscando sentido, tentando quebrar padrões e entendendo suas dores já mostra um grande autoconhecimento e vontade de evoluir. Não é preciso esperar que os problemas “se agravem” para procurar ajuda — você merece ser ouvida, compreendida e cuidada agora. Falar com um profissional pode te ajudar a transformar esse emaranhado de pensamentos em caminhos mais claros e leves.

Você não está sozinha. O que sente importa — e você merece encontrar paz e direção. Um abraço cheio de empatia.

Gilnéia Castro
Antes de mais, obrigada por partilhar de forma tão honesta e sentida — já é um enorme passo. O que descreve não é sinal de fraqueza, mas de consciência: percebe que há algo cá dentro a precisar de atenção, mesmo que a vida continue a funcionar “por fora”.

Estar sozinha num país novo, sem rede de apoio, enfrentando a pressão de manter-se de pé enquanto carrega dúvidas, traumas antigos, rotinas que se tornaram refúgio… tudo isso pesa. E sim, os altos e baixos fazem parte da vida — mas quando esses baixos deixam marca, quando voltam com insónias, ansiedade, uso recorrente de substâncias só para conseguir descansar, vale a pena parar e escutar o que o corpo e a mente estão a tentar dizer.

Não é preciso estar “muito mal” para merecer ajuda. Nem os seus problemas têm de ser comparados com os de ninguém. Se sente que precisa de falar com alguém com quem possa ser genuinamente ouvida, compreendida e orientada, então sim — a psicoterapia pode ser um espaço transformador para si.

Trabalhar traumas, padrões, perguntas sobre propósito e identidade, pode ajudá-la não só a aliviar o peso que carrega, mas a construir uma vida mais consciente e com mais paz.

Se quiser, estou aqui para começar esse caminho consigo. Sem pressa, com respeito e com espaço para tudo o que precisar trazer. Quando estiver pronta, basta dar o primeiro passo.

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