Boa tarde. Foi-me prescrita Desvenlafaxina na dose mais baixa. 1. Qual a diferença entre Desvenlafax
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Boa tarde. Foi-me prescrita Desvenlafaxina na dose mais baixa. 1. Qual a diferença entre Desvenlafaxina e Venlafaxina? 2. Por que razão só foi comercializado agora em Portugal? 3. Como é que atua na dose mínima? 4. E quais são os efeitos secundários ? 5. É adequado para quem NÃO tem depressão major mas está a atravessar um período de ansiedade somatizada?
Bom dia.
As questões que nos coloca devem ser esclarecidas junto do médico prescritor antes de iniciar o tratamento.
De qualquer forma transmitirei alguma informação que solicita.
1. A desvenlafaxina é o princípio ativo da venlafaxina. Quer isto dizer que a ação da venlafaxina depende da conversão metabólica na desvenlafaxina.
2. A primeira vantagem: a venlafaxina é mais eficaz porque os níveis séricos da venlafaxina são mais imprevisíveis do que os da desvenlafaxina. Se o utente estiver a tomar outra medicação que seja igualmente metabolizada pela mesma enzima que converte a venlafaxina na desvenlafaxina os níveis séricos da molécula ativa são mais baixos. Outra vantagem relacionada com a metabolizaçào é que a desvenlafaxina interfere menos com outros medicamentos que o utente faça.
3. Ambas moléculas aumentam a serotonina e a noradrenalina mas a desvenlafaxina aumenta mais a noradrenalina que é mais ativadora, tem mais efeitos nas alterações vasomotoras e insónia da menopausa e talvez na dor.
As depressões com sintomas somáticos ou os sintomas somáticos sem depressão manifesta, habitual nos transtornos somatoformes, onde o fundo depressivo é larvar (escondido), respondem melhor à noradrenalina do que à serotonina.
4. Pelas razões atrás referidas as doses de desvenlafaxina eficazes são bem menores do que as da venlafaxina (50 mg ou no máximo 100). Por questões de adaptação à molécula há quem inicie o tratamento com 25 e suba ulteriormente para 50. Faz-se o mesmo na redução.
5. Efeitos colaterais similares à venlafaxina: náuseas, aumento da tensão arterial, tremor, obstipação ou dificuldade em iniciar a micção. Pode aumentar o tempo de hemorragia se estiver a fazer medicação com este efeito (aspirina). Não se deve administrar no glaucoma de ângulo fechado.
Consulte a bula se tiver efeito colateral (não antes) e consulte o médico que prescreveu.
As melhoras!
As questões que nos coloca devem ser esclarecidas junto do médico prescritor antes de iniciar o tratamento.
De qualquer forma transmitirei alguma informação que solicita.
1. A desvenlafaxina é o princípio ativo da venlafaxina. Quer isto dizer que a ação da venlafaxina depende da conversão metabólica na desvenlafaxina.
2. A primeira vantagem: a venlafaxina é mais eficaz porque os níveis séricos da venlafaxina são mais imprevisíveis do que os da desvenlafaxina. Se o utente estiver a tomar outra medicação que seja igualmente metabolizada pela mesma enzima que converte a venlafaxina na desvenlafaxina os níveis séricos da molécula ativa são mais baixos. Outra vantagem relacionada com a metabolizaçào é que a desvenlafaxina interfere menos com outros medicamentos que o utente faça.
3. Ambas moléculas aumentam a serotonina e a noradrenalina mas a desvenlafaxina aumenta mais a noradrenalina que é mais ativadora, tem mais efeitos nas alterações vasomotoras e insónia da menopausa e talvez na dor.
As depressões com sintomas somáticos ou os sintomas somáticos sem depressão manifesta, habitual nos transtornos somatoformes, onde o fundo depressivo é larvar (escondido), respondem melhor à noradrenalina do que à serotonina.
4. Pelas razões atrás referidas as doses de desvenlafaxina eficazes são bem menores do que as da venlafaxina (50 mg ou no máximo 100). Por questões de adaptação à molécula há quem inicie o tratamento com 25 e suba ulteriormente para 50. Faz-se o mesmo na redução.
5. Efeitos colaterais similares à venlafaxina: náuseas, aumento da tensão arterial, tremor, obstipação ou dificuldade em iniciar a micção. Pode aumentar o tempo de hemorragia se estiver a fazer medicação com este efeito (aspirina). Não se deve administrar no glaucoma de ângulo fechado.
Consulte a bula se tiver efeito colateral (não antes) e consulte o médico que prescreveu.
As melhoras!
Boa tarde!
Agradeço as suas perguntas — são pertinentes e revelam uma preocupação legítima em compreender melhor o tratamento prescrito. Vamos por partes:
1. Qual a diferença entre Desvenlafaxina e Venlafaxina?
A Desvenlafaxina é o principal metabolito ativo da Venlafaxina. Ou seja, é a forma que o corpo produz depois de transformar a venlafaxina — mas aqui, já “pronta a atuar”.
Por isso, tende a ter absorção mais previsível, menos variações individuais e, em alguns casos, melhor tolerância.
2. Por que razão só foi comercializada agora em Portugal?
A desvenlafaxina já é usada há vários anos noutros países (como os EUA), mas só recentemente foi aprovada e lançada comercialmente em Portugal. As razões envolvem questões regulatórias, de mercado e patentes, e não estão ligadas à eficácia ou segurança do medicamento em si.
3. Como atua na dose mínima?
Mesmo em dose baixa, a desvenlafaxina atua como inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina (duplo efeito). Pode ter ação ansiolítica, reguladora do humor e até algum efeito analgésico em casos com sintomas físicos associados à ansiedade.
Naturalmente, os efeitos podem ser mais subtis na dose mínima — mas em alguns pacientes, é suficiente para estabilizar o sistema nervoso.
4. Quais são os efeitos secundários?
Podem incluir náuseas, tonturas, boca seca, alterações do sono ou da libido, e sudorese.
No entanto, muitas pessoas toleram bem, sobretudo em doses baixas.
Se surgirem efeitos incómodos, vale a pena discutir com o médico — porque há sempre espaço para ajustar.
5. É adequado para ansiedade somatizada sem depressão major?
Sim, pode ser. Embora tenha como indicação principal a depressão major, tem sido utilizado com bons resultados em quadros de ansiedade generalizada, ansiedade com sintomas físicos (somatização) e até em estados de stress prolongado.
Cada caso deve ser avaliado individualmente, mas o uso fora da indicação principal (off-label) é algo comum e válido quando há bom julgamento clínico.
Desejo-lhe serenidade e confiança no processo. Perguntar e procurar entender é sempre um bom sinal de quem está a cuidar verdadeiramente de si.
Agradeço as suas perguntas — são pertinentes e revelam uma preocupação legítima em compreender melhor o tratamento prescrito. Vamos por partes:
1. Qual a diferença entre Desvenlafaxina e Venlafaxina?
A Desvenlafaxina é o principal metabolito ativo da Venlafaxina. Ou seja, é a forma que o corpo produz depois de transformar a venlafaxina — mas aqui, já “pronta a atuar”.
Por isso, tende a ter absorção mais previsível, menos variações individuais e, em alguns casos, melhor tolerância.
2. Por que razão só foi comercializada agora em Portugal?
A desvenlafaxina já é usada há vários anos noutros países (como os EUA), mas só recentemente foi aprovada e lançada comercialmente em Portugal. As razões envolvem questões regulatórias, de mercado e patentes, e não estão ligadas à eficácia ou segurança do medicamento em si.
3. Como atua na dose mínima?
Mesmo em dose baixa, a desvenlafaxina atua como inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina (duplo efeito). Pode ter ação ansiolítica, reguladora do humor e até algum efeito analgésico em casos com sintomas físicos associados à ansiedade.
Naturalmente, os efeitos podem ser mais subtis na dose mínima — mas em alguns pacientes, é suficiente para estabilizar o sistema nervoso.
4. Quais são os efeitos secundários?
Podem incluir náuseas, tonturas, boca seca, alterações do sono ou da libido, e sudorese.
No entanto, muitas pessoas toleram bem, sobretudo em doses baixas.
Se surgirem efeitos incómodos, vale a pena discutir com o médico — porque há sempre espaço para ajustar.
5. É adequado para ansiedade somatizada sem depressão major?
Sim, pode ser. Embora tenha como indicação principal a depressão major, tem sido utilizado com bons resultados em quadros de ansiedade generalizada, ansiedade com sintomas físicos (somatização) e até em estados de stress prolongado.
Cada caso deve ser avaliado individualmente, mas o uso fora da indicação principal (off-label) é algo comum e válido quando há bom julgamento clínico.
Desejo-lhe serenidade e confiança no processo. Perguntar e procurar entender é sempre um bom sinal de quem está a cuidar verdadeiramente de si.
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