Boa tarde, apresento algumas perguntas em relação à área de psiquiatria, que gostaria de ver respond

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Boa tarde, apresento algumas perguntas em relação à área de psiquiatria, que gostaria de ver respondidas por um/a psicologo/a ou psiquiatra.
1- Qual é a diferença entre as consultas de psicologia e as de psiquiatria e entre um psicólogo e um psiquiatra?
2- Neste momento existem mais pessoas a procurar ajuda do que quando começou a exercer a profissão?
3- Sente que existem mais avanços científicos e que houve evolução na comunidade psiquiátrica, recentemente?
4- Qual o seu ponto de vista em relação à teoria do desequilíbrio químico das doenças mentais e em relação à hereditariedade das mesmas?
5- Como é que se considera necessária a toma de medicação, tendo em conta que esta pode criar adições?
6- De que forma sente que a pandemia afetou a sociedade?
Obrigada a todos.
Boa tarde, obrigado pelas suas perguntas — muito pertinentes e com grande maturidade no olhar para a saúde mental. Vou responder ponto a ponto, de forma concisa mas clara:

1. Diferença entre consultas de psicologia e psiquiatria:
O psicólogo foca-se essencialmente em técnicas psicoterapêuticas para ajudar o paciente a compreender e modificar pensamentos, emoções e comportamentos. Já o psiquiatra é médico, podendo prescrever medicação e fazer um diagnóstico mais clínico, integrando exames, farmacologia e psicoterapia, sempre que necessário. São áreas complementares e, em muitos casos, trabalham em articulação.

2. A procura por ajuda aumentou?
Sim. Há 20 anos, o estigma era maior. Hoje, felizmente, mais pessoas reconhecem a importância de cuidar da saúde mental e procuram ajuda mais cedo. As consultas online também facilitaram o acesso.

3. Houve evolução na comunidade psiquiátrica?
Sem dúvida. Temos hoje novas moléculas com menos efeitos secundários, avanços na psicoterapia baseada na evidência e uma maior compreensão das bases biológicas e emocionais do sofrimento psíquico.

4. Teoria do desequilíbrio químico e hereditariedade:
A ideia do “desequilíbrio químico” foi útil para desmistificar doenças mentais, mas hoje sabemos que a explicação é muito mais complexa. Fatores genéticos, epigenéticos, experiências precoces, traumas, estilo de vida e padrões de pensamento interagem de forma dinâmica. A hereditariedade existe, mas não é determinismo: é apenas um risco acrescido que pode ser mitigado.

5. Medicação e risco de adição:
A medicação pode ser fundamental em certas fases — como uma ponte. O segredo está na escolha certa, na dose adequada e no tempo necessário. A maioria dos psicofármacos modernos não cria dependência, com exceção de alguns ansiolíticos e hipnóticos, que devem ser usados com vigilância e apenas quando indicados.

6. Efeitos da pandemia:
A pandemia trouxe à tona fragilidades emocionais: mais ansiedade, insónia, depressão e isolamento. Ao mesmo tempo, deu visibilidade à importância da saúde mental. Muitos descobriram que é legítimo pedir ajuda. A vulnerabilidade passou a ser vista com mais humanidade.

Agradeço a sua atenção e a profundidade das questões. Continuar a refletir e perguntar já é um passo terapêutico.

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